Diz o ditado que ser mãe é padecer no paraíso.
Qual mulher jamais sonhou ser mãe, ter em seus braços o ser gerado em seu ventre com saúde e perfeito?
No entanto, vez por outra, a vida resolve pregar uma peça e envia para os braços de uma mulher um ser diferente da normalidade. Pode ser uma doença congênita, hereditária e, até mesmo uma que venha a ser adquirida e que, fazem com que esses pequeninos sejam diferentes e, exatamente por esse motivo, devem ser tratados de forma diferente. Aliás, este é o verdadeiro sentido do tão decantado PRINCÍPIO DA IGUALDADE no sistema democrático de direito, tratar de forma iguais os iguais e, de forma diferente os diferentes.
Partindo deste princípio, as pessoas (crianças e adultos) com maiores necessidades sociais devem ter preferência de atendimento, devem ser vistas com maior atenção pelo poder dominante e, com mais carinho pelos mais favorecidos.
Em minhas andanças pelo município de Itapeva tenho visto coisas que, ao mesmo tempo, emocionam e assustam. Emocionam pela força e dedicação de algumas pessoas. Assustam pela indiferença com que são tratados pelo poder constituído.
Foi assim que encontramos algumas crianças em nossa zona rural, às quais decidimos dedicar nossos trabalhos e esforços para dar-lhes qualidade de vida. Foi assim que conhecemos o Douglas e, foi através dele que conhecemos o César, duas crianças diferentes que merecem serem tratadas de forma diferente. Esses dois meninos são símbolos do descaso e inoperância do poder constituído, um sofre de distrofia muscular, outro de paralisia cerebral e, ambos tem em comum a falta de auxílio inerentes a suas necessidades. Não que eles não recebam qualquer tipo de auxílio por parte do poder público, recebem, mas não os suficiente para dar-lhes qualidade de vida.
Na mesma situação deles, sabe-se lá quantas outras crianças se encontram.
No sábado de Aleluia, eu e meu amigo Henrique Cancelli fizemos nossa via sacra pela zona rural de Itapeva, fato que tem se tornado comum uma vez que, fizemos por essas bandas, alguns bons amigos. E foi assim que nos apresentaram D. Sueli, mãe do César.
Dona Sueli, por falta de uma cadeira de rodas para seu filho, o carrega no colo para tudo. Segundo ela, diversos políticos em época de campanha, passaram por sua casa e prometeram cuidar melhor do seu menino, mas hoje, passados alguns anos, alguns em um segundo mandato, outros retornando a casa de leis, se esqueceram deles e das promessas.
César está crescendo e, consequentemente, se tornando mais e mais pesado. Hoje deve ter aproximadamente 30 Kg e, nem por isso Dona Sueli deixa de carregá-lo para atender suas necessidades. Para vaciná-lo contra febre amarela ou para levá-lo até o Posto de Saúde para pegar a condução que os transporta para a fisoterapia em Itapeva, carrega seu filho no colo por aproximadamente 1 km.
Ela nos contou que já está sofrendo com dores nas costas e nos rins pelo esforço despendido, mas que em momento algum se imaginou não carregar seu filho no colo enquanto não receber sua tão prometida cadeira de rodas.
Espero que as pessoas que, por um acaso, vierem a ler esta matéria, sejam políticos ou civis, se unam para dar um tratamento melhor para essa mãe, exemplo de mãe, que mostra sua coragem e força para cuidar de seu filho.
Falta quase um mês para o Dia das Mães, mas tomei a liberdade de antecipar minha homenagem a essa mãe, símbolo de mãe que honra assim ser chamada por sua luta e dedicação, com a promessa que, dentro das possibilidades, faremos de tudo ao nosso alcance para conseguirmos a cadeira de rodas prometida há mais de 8 anos.
Como ela mesma nos disse, deus não dá o fardo maior que conseguimos carregar, mas nós, enquanto sociedade, se podemos ajudá-la e aliviar esse fardo, devemos nos unir para tanto e, espero que, antes do dia 10 de Maio, Dia da Mães, a senhora receba de presente a cadeira do César e melhor tratamento por parte das autoridades municipais.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
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