segunda-feira, 12 de maio de 2008

AS TRÊS MÃES DA MINHA VIDA

AS TRÊS MÃES DA MINHA VIDA.


Neste domingo não me bastaria fazer uma homenagem à minha mãe somente e, ela mãe que é, irá me compreender, pois em minha vida três mães foram de suma importância. Isso não significa que me esqueça das demais mães posto que, as três mães da minha vida, representam todas as mães do mundo.


MINHA MÃE

Símbolo de mulher guerreira, aos teus pés me prostro em respeito, pois nos últimos 22 anos você foi mãe...e pai.
Poucos conhecem tua história e só vêem sua vitória. Quase ninguém se lembra das longas caminhadas levando a tira colo seus filhos que não podiam estar sós, tão pequeninos que eram. Poucos sabem da tua luta para chegar aonde chegou. Não sabem das mãos calejadas e doloridas quando findava o dia, após horas e mais horas labutando no cabo, ora de uma enxada, ora na de uma picareta.
Mãe de oito filhos lutou como leoa para que nunca nos faltasse o que comer. Como boa mãe sempre quis todos sob suas asas e, demorou em compreender, como um dia terei que compreender que, filhos que criamos para o mundo. Um dia, um a um, foram levantando vôo e deixando o ninho. Cada um dos teus filhos foi trilhando um caminho, mas nunca deixaram de freqüentar o seu carinho.
Muitas vezes, nós filhos, metemos os pés pelas mãos - coisas da imaturidade - e que transformaram nossas vidas em um quase desespero e, todos nós, sem exceção, em seu colo buscamos abrigo.
E ela sempre ali, as vezes brava, não pelos erros que havíamos cometido, mas pelo grito de socorro tardio, pois a verdade é que, nesta vida, ela é o único porto seguro que sempre teremos.
Se aqui fosse escrever tudo que tenho para falar sobre minha mãe, páginas e mais páginas seriam necessárias e, mesmo assim, nunca diria tudo o que tenho para dizer. Portanto, só posso dizer que ela é a primeira mulher da minha vida, a quem, independentemente de qualquer divergência, tenho que respeitar e honrar pelo resto dos meus dias.
Suspeito que sou para enaltecer-lhe as virtudes, quero apenas que saiba o quanto te amo, Mãe.


AS MÃES DE MEU FILHO.


Como sempre fui de alguns poucos e bons amigos, quase ninguém conhece minha história. História que agora, nestas poucas linhas, compartilho com vocês e, que me trouxe o maior tesouro que um homem pode ter.
Não foi simples chegar aonde chegamos. Muitas dores e lágrimas fizeram parte desta história e que, me obrigaram amadurecer rapidamente. Ter que perder para vencer, como ocorreu comigo, não desejo à ninguém.
Talvez tenha que ser mais claro.
Meu filho tem duas mães. Uma que lhe deu a luz e que o trouxe a vida contrariando todo e qualquer prognóstico. Outra, que é a mãe do coração, a mãe que ele conhece, o anjo colocado em nossas vidas para que sobrevivêssemos às agruras que a vida nos impôs.
A primeira, jovem ainda, lutou com unhas e dentes para me dar esse tesouro ao mesmo tempo em que travava uma batalha ingrata contra o câncer. Grávida, enfurnada em um quarto de hospital por quatro longos meses, em nenhum momento cogitou a possibilidade de não trazê-lo para meus braços. Foram quatro cirurgias, radioterapia, medicamentos de todos os tipos, dores, ansiedade, angústia por uma luta a cada dia mais ingrata. Mesmo assim não desistiu.
Vivemos juntos por exatos 379 dias, até que nos deixou. Foram dias em que aprendi a amar e respeitar a determinação de uma mulher em cumprir uma promessa confidenciada à uma amiga, a promessa de me dar um filho, mesmo que isso lhe custasse a vida. Dois meses após cumprir sua promessa, partiu com duas lágrimas nos olhos, como se antecipasse a saudade que deixaria.
Foram dias difíceis, de uma amargura sem tamanho e de uma saudade enorme. Dias em que, por vezes, parecia ouvir sua voz a me dizer do quão forte deveria ser. Dos sonhos em que vinha para dizer que, a parte dela havia feito, o resto, era comigo. E sua voz era tranqüila, sempre dizendo que deveria perseverar e me doar de corpo e alma ao anjo que ela me deu, pois em nossas vidas colocaria outro anjo para que ele chamasse de “mãe”.
Dito e feito.
Em nossas vidas surgiu um anjo que, pouco a pouco, foi nos cativando, nos conquistando e nos ensinando que o amor é muito mais que apenas um sentimento.
Um anjo que nos alimenta de carinho, compreensão. É a Mãe do coração, aquela que meu filho conhece com Mãe e, respeita com tal.
Mãe, mulher, amiga, companheira, que ao meu lado sofreu a dor da perda, a dor de ter carregado em seu ventre por seis longos meses o anjo tão esperado, mas que nos foi negado.
Quantas e quantas vezes a vi chorando pelos cantos da casa a perda da filha que não chegou aos nossos braços. Quantas e quantas vezes não a vi abraçando os filhos como se buscasse o consolo por essa perda tão doída, mas que, em minha presença, disfarçava e sorria, aquele mesmo sorriso lindo que um dia nos conquistou.
Mãe, minha amiga, minha companheira, meu amor, obrigado por ter entrado em minha vida. Obrigado por ter como teu, meu filho amado, hoje, nosso filho amado.
Mãe que me deu a vida, mãe que me trouxe uma vida, mãe que conosco divide sua vida, muito obrigado por tudo.
Através dessas mulheres, mães da minha vida, presto aqui minha homenagem à todas as mães do mundo.

Takeyuti Ykeuti Filho.

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