segunda-feira, 15 de setembro de 2008

EDUCAÇÃO É DINHEIRO

DUAS QUESTÕES ME CHAMARAM A ATENÇÃO NA ENTREVISTA DO PROFESSOR AMERICANO ERIC HANUSHECK, CONCEDIDA A REVISTA VEJA. HANUSHECK É PROFESSOR DA UNIVERSDIDADE STANFORD E DOUTOR EM ECONOMIA PELO MIT (MASSACHUSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY)E É DELE A MAIS EXTENSA PESQUISA JÁ FEITA SOBRE OS EFEITOS DE UMA BOA EDUCAÇÃO SOBRE A ECONOMIA.


1º- comentando a posição do ensino brasileiro nos rankings internacionais - "Com esse desempenho, as chances de o Brasil crescer em ritmo chinês e se tornar mais competitivo no cenário internacional são mínimas. Digo isso baseado nos números que reuni ao longo das últimas décadas. Eles mostram que os avanços na sala de aula têm peso decisivo para a evolução dos indicadores econômicos de um país. olhe o caso dos brasileiros. Se as notas dos estudantes subissem apenas 15% nas avaliações, o Brasil somaria, a cada ano, meio ponto percentual às suas taxas de crescimento. Isso significaria, hoje, avançar em um ritmo 10% maior. Vale observar que o que impulsiona a economia é a qualidade da educação,e não a quantidade de alunos na escola"

2º- Sobre uma fórmula de incentivo a melhora da qualidade dos responsáveis pelo ensino, os professores - "Faria muito bem as escolas manter salários mensais diferenciados para os bons professores, poder demitir os incapazes e, proporcionar, enfim, um ambiente tão competitivo quanto o de uma grande empresa. Depois de tudo o que pesquisei, afirmo com segurança: reconhecer concretamente os talentos individuais é a medida mais eficaz quando se trata de preservar apenas os professores mais talentosos- e melhorar o ensino. Infelizmente, não é tão fácil colocar essa idéia em prática, pois é preciso criar mecanismos confiáveis para medir o desempenho de professores e alunos. Um segundo obstáculo é o corporativismo dos sindicatos de professores, que são os primeiros a se oporem a qualquer medida em favor da premiação por mérito... afirmam que o melhor instrumento é a massificação do aumento salarial e, só assim o ensino vai para frente".


Resumo: a educação vai mal porque ninguém se interessa em priorizar o bom. Ela vai mal porque a mediocridade impera em detrimento de melhores profissionais do ensino. é assim que vemos os bons se acomodando, pois não existe incentivo. Os sindicatos deveriam ser os primeiros a exigirem melhores salários baseados em desempenho, assim, a própria categoria de fortaleceria e teriam maiores argumentos nas horas de negociações. Precisamos urgentemente mudar esse quadro, onde o professor não se aperfeiçoa , faz de conta que sabe e, os alunos fazem de conta que aprendem. O futuro não espera, ele está logo alí.
Algo precisa ser feito. Um plano de carreira para o professorado urge de forma a dar aos melhores os mérito de reconhecimento, atavés de melhores salários e de hierarquia.

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