quinta-feira, 24 de abril de 2008

É HORA DE MUDANÇAS

HORA DE RECONSTRUIR
“Para te contentares olha para os que possuem menos do que tu, e não para os que possuem mais.” Benjamin Franklin


Nunca me envolvi diretamente com política. Sempre tive comigo restrições quanto ao meu envolvimento para com ela. Em minha opinião, política é sinônimo de traição, acordos políticos são sinônimos de conchavos, apoio depende do que se irá receber em troca.
Não consigo coadunar com certas coisas.
Talvez, minha forma de ver a política seja diferente da realidade. Talvez seja uma idealização com fundamento em famosos filósofos do passado e que, não mais são aplicáveis nos dias atuais. Mas, ética, honestidade e lealdade são coisas que não deveriam passar nunca. São elas pilares da dignidade de um homem público, que existem ou não em cada cidadão que se propõe a lutar por um ideal.
Infelizmente, esse tipo de homem-cidadão, está fora de moda no atual quadro político. O que vemos hoje em dia e, que tanta desesperança me trás, é o fato comprovado do homem público fazer de sua posição um instrumento para retaliar seus oponentes. Assim, tendo a máquina pública a seu favor e cargo de destaque político, utiliza-se deles para produzir dossiês, pressionar oposicionistas, ameaçando-os com toda sorte de desatinos como, por exemplo, perda de cargo ou relegando-o ao limbo enquanto for o manda-chuvas. Pior, muitas vezes, usam do cargo para pressionar instituições particulares que dependem de verbas públicas para forçá-las a demitir oposicionistas.
Faço minha, as palavras de Benjamin Franklin: “Por esse motivo sinto-me decepcionado com o homem público. Aquele que deveria ser o defensor maior da dignidade, uma vez que é exemplo. Um homem público que não respeita princípios, não é digno de ocupar cargo público algum, pois aquele que abre mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não merece, nem liberdade, nem segurança.”
Princípios básicos da administração tais como Moralidade, Impessoalidade, Imparcialidade, parecem terem sido instituídas para os antigos gregos verem. Foram feitos para serem respeitados e não mascarados.
A improbidade tem um alcance muito maior que aquele apregoado no art 37 da constituição brasileira, mas não é o que se vê nos dias atuais uma vez que, a cada dia, mais e mais, vemos o contrário e, o pior, com a anuência popular e com, as jogadas e gincanas jurídicas permitidas pela legislação. Magoa-me ver nosso legislativo não mais legislar, machuca-me ver a instituição ser tomada de assalto pelas hordas selvagens do favorecimento que os levam a dizer amém a tudo que o executivo lhes impõe. Dói-me ver que, de um dos Três Poderes da República, nosso legislativo passou a ser “pau mandado” do Executivo.
Quando o caos se aproxima, quando os cavaleiros do apocalipse político se aproximam, serão alguns poucos cidadãos que ousarão levantar a bandeira na trincheira da ética e da dignidade. É mais fácil se unir ao inútil que travar essa batalha. Mesmo tendo consciência que esta ou aquela batalha estará perdida, antes mesmo do seu início, ainda assim, haverá aquele que levantará a voz, aquele que pregará no deserto, porque sabe que a batalha em si, nada significa quando se trata de defender a dignidade e ética, uma vez que, se tratam de valores próprios e, estes, têm-se ou não.
Nós, cidadãos, precisamos parar de aceitar a “Lei de Gérson” e, relegá-la ao limbo. Não precisamos de política de favores, mas de política de resultados. Enquanto permitirmos que nos cerquem os urubus e moscas de plantão, jamais conseguiremos implantar uma política de resultados, uma política que realmente nos traga para o mundo que todo cidadão deseja, ou seja, uma cidade, um estado e um país que priorize sempre, a qualidade de vida dos cidadãos. Enquanto acharmos que a política assistencialista é mais importante do que fazer o cidadão caminhar com as pernas próprias, veremos exemplos como os que vem ocorrendo no Nordeste Brasileiro, onde famílias inteiras, que antes trabalhavam, mas ganhavam pouco, encostarem-se nas redes porque, sem trabalharem, recebem muito mais do que quando laboravam pelo sustento.
Não é isso que desejo para meu País, para meu Estado e para minha Cidade.
Por esse motivo que precisamos de homens que antes nem se imaginavam se envolvendo com política, pois tinham em mente que, se envolver em política significava ter que nadar em um mar de lama.
Pior que não agir, é ser omisso. Esta foi minha conclusão e, se quisermos mudar alguma coisa, precisamos nos engajar na luta, resgatando de volta a arte de fazer política, mas uma política pautada pela ética e pela dignidade. Precisamos acabar com o toma lá, dá cá. Precisamos de gente competente nos cargos essenciais e, não por favores políticos.
Precisamos de renovação, lembrando aos mais antigos, que o novo sempre vem. A esperança é que o novo venha mais limpo, mais puro, não precisa ser inocente, mas precisa pensar em seu povo acima de todas as coisas, até mesmo de si. É melhor lançar-se à luta em busca do triunfo mesmo expondo-se ao insucesso, que formar fila com os pobres de espírito, que nem gozam muito nem sofrem muito; E vivem nessa penumbra cinzenta sem conhecer nem vitória nem derrota.
Por esse motivo, cidadão itapevense, paulista e brasileiro, devemos aprender a fazer política, para que, no futuro, não tenhamos que debater sempre os velhos temas envolvendo corrupção, desatinos políticos e mau uso de dinheiro público.
É certo que não se faz uma mudança dessas da noite para o dia, ela deve ser gradativa, mas o mais importante é saber que a reforma é feita pela base piramidal, ou seja, por nós cidadãos comuns. Portanto, a reconstrução política deste País deve ter início neste ano, pois nós somos a base, somos quem determinamos o que será e, o que acontecerá daqui para frente e os rumos que seguiremos nos próximos anos.
Continuamos como estamos ou procuramos mudar. O seu voto dirá nos pleitos que se aproximam. Vamos fazer de 2008, marco inicial da nova política nacional, vamos, cidadãos, fazer política, pois é passada a hora de reconstruir nosso universo político.
“Para mim não importa quantos passos deu para trás, quanto tempo ficou marcando o passo. Importa, quantos passos decidiu dar para frente”

Takeyuti Ykeuti Filho.
(takeyuti.filho@terra.com.br)

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